domingo, 6 de janeiro de 2013

Saques


Quando a expedição de Pizarro e Orellana deixou Quito e rumou rumo ao desconhecido; estavam movidos pela informação de que para o lado do sul havia um reino de ouro, era o Eldorado e tinham como objetivo saqueá-lo, se apossar dessa riqueza que achavam que tinham direito sobre ela. Direito dado a eles pelo Rei e pelo Papa.

A viagem foi uma fantástica aventura de filmes de Hollywood. Partiram com uma monstra comitiva de homens e animais e nela aconteceu de tudo. Primeiro, não contavam com a forte estação das chuvas amazônicas, torrenciais, diluvianas e até chegarem no ponto mais perto de começar verdadeiramente a viagem as "baixas" cresciam a cada dia, cada trecho trecho que avançam a morte tragava a vida e deixava um rastro fúnebre em meio a floresta.

A situação era tal que Pizarro desistiu e voltou. A pedido deste, Orellana continuou e seguiu em frente com um pequeno que grupo que foi descendo o rio, se perdendo, navegando sem saber. A todos que encontrava e conseguia estabelecer contatos, perguntava sobre as riquezas do local, a cidade do ouro, o Eldorado e todos diziam na linguagem amazônica, nas mil e uma língua, é mais embaixo, é bem aí, apontavam com os lábios.

Movidos pela ambição pelo ouro e outras riquezas, continuaram descendo o rio, enfrentando fome, frio, chuva, flechas, matando e morrendo, tendo baixas, saqueando e tocando fogo em aldeias. No encontro com as Amazonas tiveram sua embarcação crivado de flechas e o cronista da expedição, Frei Gaspar teve seu olho flechado por olhar onde não devia.

Depois de vários meses conseguiram sair/escapar com vida numa das viagens mais loucas da história da humanidade. E sairam com uma certeza a "região" era muito mais rica do que pensavam antes de embarcaram para tão grande aventura e nela habitavam os monstros da mitologia mundial que parece terem migrado para essa parte do mundo e nela faziam morada.

A riqueza descritva pelo Diário de Carvajal mexeu com a imaginação e a ambição de gente do mundo todo que nesses últimos 500 anos chegam até nós em busca de nossas riquezas.

Hoje, em geral, os maiores saqueadores de nossas riquezas são nossos próprios prefeitos, que uma vez eleitos, diplomados, empossados, com as chaves dos cofres nas mãos e o direito de movimentar as contas dos municípios, em quatro anos de mandato deixam um rastro de roubos e assaltos ao patrimônio público; um rombo visto no tamanho do crescimento de suas riquezas, de suas famílias e de seus grupos!


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