segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fúria de Titãs


O rio Solimões nesse período do ano, une suas forças as águas diluviais que caem sobre a Amazônia e juntas correm rumo para o mar ganhando força e arrastando o que encontra nas suas margens que não está devidamente seguro. Em determinados trechos do rio nos deparamos com verdadeiras florestas. Capins, canaranas, galhos, folhas, toras de árvores secas e até grandes árvores são arrancadas e arrastadas pela força das águas.

O gigante amarelo e líquido fica esverdeado, as manchas verdes no seu corpo tatuado é sinal de perigo constante. Um viajante desatento ou de primeira viagem corre o risco de se deparar com um tronco e ter o casco de sua embarcação arrombado e ir a pique. E na imensidão de águas e florestas perambulante, um tronco pesado e quase totalmente afundado como um iceberg, onde apenas pequena parte dele está exposta, quase sem se deixar ver, é uma lança de um guerreiro pronta para bater, rasgar e entrar na barriba das inúmeras embarcações que descem e sobem o rio, dia e noite.

Até mesmo velhos comandantes, experimentados pelos anos na direção de barcos, são apanhados traiçoeiramente nessa época do ano, quando são forçados a reduzirem a velocidade, fazerem manobras mirabolantes e seguindo ora a direita, ora a esquerda, como cobras nadandos. E como dizem eles, só a experiência não basta, se faz necessário contar com a proteção de São Pedro, da Mãe D'Água e da sorte! 


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